Vida
“Caio solta no ar, pronta para voar”
10 de dezembro de 1894
Gertrud Käthe Chodziesner nasce em Berlim, na Poststrasse 14, filha do advogado criminalista Ludwig Chodziesner (1861–1943) e de Elise, nascida Schoenflies (1872–1930). Ela é prima do escritor e filósofo Walter Benjamin, filho da irmã da sua mãe.
1897
Nasce a irmã Margot.
1899
A família se muda para uma casa com jardim na Ahornallee, 37, no bairro de Westend.
1900
Nasce o irmão Georg.
1905
Nasce a irmã caçula Hilde.
1901-1911
Colégios em Westend e Charlottenburg.
1911/12
Curso de economia doméstica Arvedshof em Elbisbach, perto de Leipzig.
1915
Trabalha em um jardim de infância.
1915/16
Diploma em inglês e francês. Nessa época, tem um relacionamento com um oficial que termina com um aborto e a separação. A criança que nunca nasceu determinou o tema, o tom e a emoção de grande parte da sua obra poética. Ao pai da criança, Karl Jodel, dedicou os poemas Wal (Baleia), Fischkönig (Rei dos Peixes), Die Verlassene (A abandonada) e Liebe (Amor).
1917
Primeiro volume de poesia publicado sob o pseudônimo de Gertrud Kolmar, nome artístico derivado da cidade de Chodziesen na então província prussiana de Posen, rebatizada Kolmar, em 1878.
1917/18
Censora de cartas no campo de prisioneiros de guerra de Döberitz, perto de Berlim. Aprende russo.
1919
Ciclos de poemas In memoriam I e II.
1921
A família Chodziesner se muda para o centro de Berlim.
1923
Nova mudança para uma casa grande com jardim de roseiras e animais domésticos, em Falkensee, no subúrbio de Finkenkrug, perto de Spandau. Trabalha até 1926 como educadora junto a diversas famílias em Berlim, inclusive com crianças deficientes auditivas, e um breve período em Hamburgo.
1927
Curso de férias de verão na Universidade de Dijon, viagem pela França.
1928
A mãe adoece e Gertrud gerencia o lar, além de trabalhar como assistente do pai.
Fim da década de 1920 • Vários poemas publicados em revistas e antologias literárias.
1934
Segundo volume de poesia, Preußische Wappen (Brasões prussianos). Com ele, a editora Die Rabenpresse vai para a lista de editoras indesejadas e é boicotada pela Associação de Livreiros.
1936
Gertrud Kolmar é proibida de usar o pseudônimo e deve assinar Chodziesner.
1938
Terceiro volume de poemas, Die Frau und die Tiere (A mulher e os animais) na editora Erwin Löwe. A edição é destruída na Noite dos Cristais (9 de novembro), no âmbito da dissolução de editoras judaicas. A família é obrigada a vender a casa e a se mudar para um apartamento num dos chamados “prédios de judeus” (Judenhäuser) no bairro de Schöneberg.
1941
A partir de julho, Gertrud Kolmar é obrigada a trabalhar primeiro na Firma Epeco, em Lichtenberg, e de depois numa fábrica de embalagens em Charlottenburg.
1942
O pai Ludwig Chodziesner é deportado em setembro para o gueto de Theresienstadt, onde morre em fevereiro de 1942.
1943
Em 27 de fevereiro, Gertrud Kolmar é detida na fábrica em que trabalha. Em 2 de março, é deportada para o campo de concentração de Auschwitz.
Dos cerca de 1500 judeus berlinenses que chegaram a Auschwitz no dia 3 de março de 1943, 535 homens e 145 mulheres foram registrados como “aptos para o trabalho”. Os demais 820 deportados, entre eles Gertrud Kolmar, sequer foram registrados e provavelmente foram assassinados na câmara de gás logo após a chegada.
Homenagens póstumas
1956
Prêmio da Crítica Literária Alemã (Deutscher Kritikerpreis)
2001
Rua Gertrud Kolmar no centro de Berlim, entre a Hannah-Arendt-Strasse e a Voßstraße, num local onde, antes da queda do Muro de Berlim, era a chamada faixa da morte
2007
Marcos na rua para Gertrud Kolmar e seu pai em frente à última casa da família, em Falkensee.
2019
“Prêmio Gertrud Kolmar” para poesia no valor de EUR 18,5 mil, da plataforma literária Fixpoetry.
2022
Parque em Chicago, Illinois, rebatizado como Kolmar Park.